domingo, 30 de dezembro de 2012

O BRASIL E SEUS CONTRASTES ECONÔMICOS



O Brasil de dimensões geográficas incríveis é um país realmente de contrastes. Impressionantes municípios pequenos que detêm renda per capita maior que algumas capitais e o Índice de Desenvolvimento Humano-IDH não serem compatíveis com os recursos que arrecadam o que mostra que o dinheiro recebido por estes municípios não é bem empregado na melhoria da qualidade de vida da população. Como explicar, por exemplo, que São Francisco do Conde, aqui na Bahia, possua uma renda de R$ 296.885,00, e possua um baixo IDH? Alguma coisa está fora da ordem...
As autoridades fiscais deste país deveriam melhor acompanhar o uso desses recursos recebidos pelos Municípios, como também pensar na possibilidade de destinar parte destes recursos para municípios mais pobres/carentes do Nordeste, por exemplo.
Com mais dinheiro e fiscalização correta os pequenos Municípios brasileiros poderão melhorar sua infraestrutura, investir em educação, saúde, saneamento básico, segurança. Penso que com os municípios recebendo mais recursos fica mais fácil desenvolvê-los, ofertando mais oportunidades de crescimento e estudos para a população que, certamente não necessitará abandonar sua cidade para tentar a sorte nos grandes centros urbanos brasileiros, que sofrem com problemas crônicos como transporte, saúde deficitária, violência, drogas, etc.
O repórter Vladimir Platonow da Agência Brasil, publicou no ultimo dia 12 uma matéria sobre o assunto que transcrevo abaixo.
Wellington Souza.

Municípios campeões de renda per capita apresentam baixo IDH
12/12/2012 - 10h26
Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os municípios que apresentam as maiores rendas per capita do país aparecem mal colocados no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A situação paradoxal é explicada porque a renda per capita é resultado matemático simples da receita do município dividida pela população, sem levar em conta a distribuição dessa renda nem estatísticas sociais, como saúde ou educação.
O campeão da renda per capita é São Francisco do Conde (BA), com 33.172 habitantes e R$ 296.885,00 de renda per capita, mas que amarga a 2.743ª posição na lista do IDH dos municípios brasileiros. Os dados aparecem na pesquisa Produto Interno Bruto dos Municípios 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada hoje (12).
A distorção acontece porque o município, com IDH de 0,714, tem uma população pequena, mas abriga uma das maiores refinarias do país. Em segundo lugar, na lista do IBGE, está Porto Real (RJ), com 16.574 habitantes e uma renda per capita de R$ 290.834,00. O IDH do município, que possui uma grande montadora de automóveis, é de 0,743, ocupando o 2.082º lugar no país.
Em terceiro lugar, o município de Louveira (SP) abriga centros de distribuição de grandes empresas, o que elevou o PIB per capita para R$ 239.951,00. São 37.153 mil habitantes, que usufruem um IDH de 0,80, o que os colocam na 565ª posição no país.
Em quarto, está o município de Confins (MG), com renda per capita de R$ 239.774,00 e IDH de 0,773, no 1.233º lugar, beneficiado pelas operações do aeroporto da cidade, que recebe a maior parte dos voos no estado. A cidade tem 5.943 habitantes. Na quinta posição, aparece Triunfo (RS), que abriga um polo petroquímico, com PIB per capita de R$ 223.848,00 e IDH de 0,788, em 869º lugar. O município tem 25.811 habitantes.
Entre as capitais, a maior renda per capita está em Vitória, com R$ 76.722,00, à frente de Brasília, com R$ 58.489,00. A boa posição da capital capixaba se explica pela baixa população, de um pouco mais de 325 mil habitantes, terceira menor do Brasil, e pelo Porto de Tubarão, por onde escoa boa parte do minério de ferro exportado pelo país. No ranking do IDH, Vitória está com 0,856, em 18º lugar. O Índice de Desenvolvimento Humano é organizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Os dados mais recentes têm como referência o Censo 2000. O organismo promete atualizar o índice utilizando dados do Censo 2010 no início do próximo ano.
Edição: Davi Oliveira
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