sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

FIM DO MUNDO


 A 8 dias do "fim do mundo":vivemos o mundo da espetacularização

MATHEUS PESSEL


A passagem de cometas na Idade Média exemplifica o obscurantismo da época. Foto: ESO/Divulgação
A passagem de cometas na Idade Média exemplifica o obscurantismo da época
Foto: ESO/Divulgação 
Precisamos de mais educação e informação científica - só assim ideias como a do fim do mundo não ganharão força. Essa é a opinião de Ulisses Capozzoli, doutor em história da ciência pela Universidade de São Paulo (USP) e editor-chefe da revista Scientific American Brasil. Para aqueles que acreditam no ocaso da humanidade no próximo dia 21, Capozzoli já "prevê" o futuro: "No dia 22, as pessoas deveriam morrer de vergonha de acreditar em uma coisa tão tola como o fim do mundo."

Para o jornalista, os motivos para teorias apocalípticas ainda terem tanta força nos dias de hoje - afinal, 12% dos americanos acreditam neste "fim do mundo" - são muito complexos. Uma das causas são as crises atuais - como a econômica e a climática. Combinado a isso, temos as rápidas mudanças tecnológicas que ocorrem todos os dias.

"Eu acho que a gente está vivendo essa época de mudanças muito rápidas do ponto de vista tecnológico. Qualquer uma dessas geringonças que você vê compra aí de smartphone, dura um mês, dois meses. Tem outra versão, tem isso, tem aquilo. Não dá tempo de as pessoas aceitarem. (...) Se a gente der uma olhadinha, analisar, a gente vai ver que existe uma crise mais ou menos generalizada. As coisas que eram de uma maneira funcionavam de uma determinada maneira, não funcionam mais. Isso produz uma crise de identidade nas pessoas. Nesse caso, (ocorre) o retorno de, digamos, desses conceitos mágicos."

Para o editor-chefe da Scientific American Brasil, o apego a teorias apocalípticas é uma forma de "colocar ordem nas coisas". "Essa complexidade do mundo, e essa mudança, essa transformação, que a gente passa nessa época, traz às pessoas certa angústia emocional". A teoria apocalíptica, para muitas pessoas, apareceria como uma solução mágica, quase bíblica, para os problemas do mundo. Para elas, depois do "fim", viria uma "época de ouro".

"Isso acontece em escala pessoal e em escala social. Países inteiros tiveram experiências dramáticas. Se você pegar o nazismo na Alemanha, você vai ver como é que a loucura se expressou. Em termos de cultura de massa, essa cultura de massa em que a gente vive neste momento, essas soluções fáceis 'resolvem' o problema. E elas se propagam, as pessoas querem acreditar que seja assim."

Contribui para isso a falta de conhecimento, de esclarecimento científico. E Capozzoli não poupa em críticas as universidades (que não conseguiriam da formação científica para as pessoas), nem a mídia. "O noticiário que sai nos jornais, sai com muitos problemas. Outro dia, por exemplo, a moça do tempo disse que a maior proximidade da Terra em relação ao Sol, por causa da órbita elíptica, é o que causa a estação do ano. É uma coisa que a gente aprendeu na escola..."

O jornalista diz que estamos saturados de ciência de tecnologia, mas essas coisas não fazem sentido para muita gente. Ele cita uma teoria espalhada pela internet de que o planeta Marte estaria se aproximando da Terra e chegaria a um ponto de ficar do tamanho da Lua Cheia. "Isso é uma evidência muito clara de que as pessoas não têm a mínima, mas não têm a mínima ideia de como as coisas funcionam. Qual força que vai deslocar Marte da órbita dele para chegar próximo da Terra? Se você tivesse uma coisa dessas, você tumultua o Sistema Solar inteiro. Não tem pé, não tem cabeça, não tem a mínima possibilidade."

"A gente vive um mundo da espetacularização, da superficialidade total das coisas. Você abre o jornal e está escrito lá que a fulaninha está com o namorado na praia. Gente sem nenhuma importância. Ou a coisa dos 'famosos'. Cara, ninguém está interessado nos famosos. Você quer uma informação que tem certa relevância social. Que te explique um pouco porque a terra treme. Porque o céu é azul. Isso te insere na natureza. Isso diz respeito à sua vida, onde você está, o que você está fazendo. Se você fizer uma enquete na rua, você vai descobrir que as pessoas não têm a mínima ideia. As pessoas não sabem que o Sol é uma estrela! É um analfabetismo científico. Uma crueldade enorme. É uma impotência da ciência em se aproximar das pessoas."

Retorno à Idade Média

Para Capozzoli, um fenômeno como o de 2012 traz como perigo o retorno a um pensamento místico por parte da população, algo que ocorria muito na Idade Média, antes de Isaac Newton explicar o movimento dos corpos celestes.

"Antes disso, toda vez que aparecia um cometa no céu, os padres badalavam os sinos da igreja e anunciavam o fim do mundo. Eles fizeram isso inúmeras vezes. O que acontecia: as pessoas, especialmente as pessoas mais ricas, iam lá e faziam doações. E os padres aceitavam, apesar de o mundo estar perto de acabar. É um terrorismo barato. (...) O que está acontecendo agora é um retorno desse pensamento mágico."
A era da internet

A internet é uma ferramenta com muito potencial. Mas a maior parte do que encontramos na rede em nada contribui para a formação do pensamento crítico das pessoas. O editor-chefe chama boa parte do conteúdo da web de "tolices, as mais imbecis", coisas que se escreve nas paredes de banheiro público. "Mas não quer dizer que a internet seja só lixo. O problema não é a internet em si, mas o uso que a gente faz dela. Você encontra conteúdos interessantes."

"A busca de informação mais relevante depende do nível daquele que está precisando. Como todo mundo tem acesso, você vê, nessas coisas do dia a dia, nos comentários: primeiro os caras não sabem escrever. E as opiniões são quase sempre rasas, as mais simplórias."
Esoterismo e realidade

Para o jornalista, o esclarecimento científico acaba com o esoterismo e outras ideias míticas. Capozzoli afirma que a natureza é espetacular o suficiente para que não precisemos de coisas mágicas. "Não preciso de um esoterismo. A realidade é maior que qualquer esoterismo que eu possa criar."

"No fundo, a ciência que está aí e que explica coisas fascinantes não está ao alcance mínimo das pessoas, e elas são mantidas em uma ignorância. Ou as pessoas, para ter algum amparo, algum sentido na vida, elas correm para a igreja, ou elas ficam desamparadas. A gente nem pode censurar, ninguém pode criticar alguém por ter uma religião. É um direito natural dela. Agora, quando é exploração (...) você tem uma grande carência, as pessoas acreditam em qualquer tolice, qualquer coisa que seja fácil de imaginar."
Depois dos maias

Para quem ainda acredita no fim do mundo supostamente previsto pelos maias, Ulisses Capozzoli dá um recado: "No dia 22, todas as pessoas que acreditaram nessa tolice deveriam fazer uma reflexão com elas mesmas: 'como eu pude acreditar numa ideia tão besta?' E em todas as manhãs que vierem, que elas olhem a beleza do céu. Olhem o Sol nascendo. Que compreendam minimante o funcionamento e a manifestação da natureza para que elas não fiquem presas ao obscurantismo da Idade Média."

FONTE: http://noticias.terra.com.br/ciencia/fim-do-mundo/noticias/0,,OI6375972-EI21082,00-A+dias+do+fim+do+mundo+vivemos+o+mundo+da+espetacularizacao.html

Adiantado, vídeo da Nasa explica por que o mundo "não acabou"


A Nasa - a agência espacial americana - divulgou com 10 dias de antecedência um vídeo no qual explica por que o mundo "não acabou" no dia 21. "Se você está vendo este vídeo, isso significa uma coisa: que o mundo não acabou ontem", diz a publicação.
O vídeo divulgado na quarta-feira no canal da agência no Youtube explica que toda a onda de "fim do mundo" começou por um equívoco relacionado aos textos maias. A agência cita John Carlson, diretor do Centro para Arqueoastronomia da Universidade de Maryland, que explica que nenhum texto maia cita o fim do mundo em 21 de dezembro de 2012.
Para Carlson, que estuda o "fenômeno 2012" há 35 anos, o calendário maia, na verdade, não acaba no dia 21. O cientista explica que o calendário maia é o mais complexo conhecido e funciona como o odômetro de um carro. Ele gira e, quando todas as rodas terminam suas voltas, elas retornam a zero. O que vai acontecer agora é o fim de um grande ciclo ("baktun"), mas não há nenhuma profecia apocalíptica ligada a isso, apenas o começo do próximo ciclo.
Além disso, teorias como a de que um planeta está se aproximando e irá colidir com a Terra também são refutadas - afinal de contas, se um planeta estivesse próximo, ele já estaria bem visível no céu.
Adiantado, vídeo da Nasa explica por que o mundo 'não acabou'

Mudança do clima é apenas um dos problemas ambientais


Posted: 12 Dec 2012 08:57 PM PST
A humanidade terá que se adaptar à mudança do clima, como nossa espécie já fez no passado 

NASA/Trent Schindler and Matt Rodell
Depleção de águas subterrâneas

Os satélites que compõem o Gravity Recovery and Climate Experiment
 (GRACE) podem ver a diminuição dos reservatórios de águas subeterrâneas de grandes aquíferos como consequência das secas e da atividade humana. Através dos dados de GRACE, os cientistas descobriram que os níveis de águas subterâneas na Índia caiu 33 centrímetros na região entre os anos de 2002 e 2008. e concluíram que a perda decorre quase exclusivamente da atividade humana. 

“A realidade deve ter precedência sobre as relações públicas, porque a natureza não pode ser enganada” – do físico Richard Feynman, no relatório final sobre o desastre daChallenger

Desde o início de sua existência na Terra, a vida tem que lidar com a mudança ambiental, especialmente a mudança climática. Espécies se adaptam ou são extintas, e as duas coisas já aconteceram.

Para formas de vida com nossos tipos de células – eucarióticas, o tipo que tem organelas distintas – a existência média de uma espécie é de aproximadamente um milhão de anos e, em média, uma espécie é extinta a cada ano, pelo menos em se tratando das espécies que batizamos e conhecemos, incluindo as que só conhecemos de registros fósseis. 

Organismos se ajustam à mudança ambiental de três maneiras, da mais rápida para a mais lenta: comportamentalmente, fisiologicamente, e geneticamente.

O ecologista Larry Slobodkin costumava demonstrar as duas primeiras fazendo uma brincadeira durante suas palestras ao jogar um pedaço de giz para um de seus alunos. O aluno desviava ou pegava o giz e Larry ensinava que essa era a resposta comportamental, a primeira e mais rápida. Passados 20 segundos, o aluno corava demonstrando o segundo, o fisiológico.

As reações, explicava ele, não eram apenas relativamente rápidas, mas usavam pouca energia em uma população. Se esses ajustes não fossem bem sucedidos, a composição genética de uma população poderia mudar e a transmissão de genes à geração seguinte poderia dar origem indivíduos com características melhor ajustadas ao ambiente modificado, num processo obviamente muito mais lento.

Organismos individuais móveis migram como forma de se ajustar ao clima. Plantas e outras espécies não-móveis se ajustam com sementes ou outros propágulos que se deslocam facilmente. Vento, água e animais fornecem a maior parte do transporte.

Em qualquer população existe uma mistura de tipos genéticos e, como explicou Darwin há muito tempo, aqueles melhores adaptados ao clima do momento deixam uma prole maior do que os menos adaptados, e com o tempo uma população evolui para se adequar ao novo clima.

Mas esse ajuste genético leva tempo, e como o clima está sempre mudando, pode ser que a qualquer momento uma população esteja se ajustando geneticamente a um clima que esteve presente, mas que passou ou estava passando. Isso era, e é, uma dança eterna. Populações nunca estão exatamente em harmonia perfeita com seu ambiente atual.

Se a taxa de mudança ambiental é rápida demais, populações não conseguem se adaptar e são extintas. Lidar com mudanças ambientais sempre foi parte de estar vivo.

O homem primitivo era parte dessa dança entre vida e ambiente. O Homo erectus, o primeiro de nosso tipo a deixar a África, provavelmente teria migrado naturalmente. Eles podem não ter pensado nisso como sendo uma migração em sentido moderno; iam para onde o ambiente, incluindo as fontes de alimento e água, era melhor. A mudança ambiental era simplesmente natural, e mudar com ela também era.

Com o início da civilização e a construção de abrigos que podiam durar muito tempo, e com investimentos de tempo e esforço em campos agrícolas, bem como a descoberta de fontes específicas de minerais e a construção de minas para obtê-los, a vida das pessoas mudou e surgiu o desejo de estabilidade .

O estabelecimento dos direitos de propriedade e fronteiras nacionais (começando com fronteiras territoriais estabelecidas por tribos) aumentaram a necessidade e o desejo pela constância de local e ambiente.

Pode-se argumentar que a nossa espécie é a que mais precisa e mais deseja a constância, e que por isso formou visões de mundo que não apenas requerem a constância ambiental, mas que a transformaram em uma crença fundamental, um modo de vida, uma série de mitos. 

Quanto mais tecnológica e legalmente avançada é uma civilização, maior é sua necessidade e desejo por estabilidade ambiental, por um equilíbrio da natureza. Daí nosso dilema moderno frente à mudança climática.

Em vez de alegar que o mundo é constante exceto por nossa pecaminosa interferência nele, precisamos reconhecer e encontrar maneiras de conviver com a mudança ambiental.

Isso pode incluir fazer nosso melhor para deter ou desacelerar essa mudança, como fazemos no curto prazo com a irrigação agrícola, estabilizando a “precipitação”, por assim dizer.

Quanto mais trabalhamos para forçar uma constância ambiental para nossos arredores, mais frágil se torna a constância e maior é o esforço e a energia que elas requerem.

O uso de água do subsolo para a irrigação de plantações ilustra essa fragilidade. Grandes aquíferos que precisaram de muitos milhares de anos para se formar estão sendo depletados pela irrigação de plantações em intervalos de tempo comparativamente curtos – décadas ou séculos.

Um grande exemplo dessa depleção é o aquífero Ogallala (também chamado de aquífero das Planícies Altas), que se estende da Dakota do Sul até o Texas. Ele armazena uma quantidade imensa de água, e é a principal fonte hídrica da área. Seu uso começou nos anos 1940. Hoje a água é retirada até 20 vezes mais rápido do que a reposição naturalmente reposta. No sudoeste do Kansas e em um trecho de terra (panhandle) do Texas ocidental, diz-se que os suprimentos podem durar apenas mais uma década.

Lower Cimarron Springs, famosa no século 19 como fonte de água ao longo do Caminho de Santa Fé, secou décadas atrás devido ao bombeamento de água do solo. Milhões de dólares serão necessários para encontrar fontes alternativas. 

Atingir a estabilidade de curto prazo ao custo da fragilidade de longo prazo é uma troca tem um preço. Faz mais sentido que as primeiras civilizações, como Egito e Pérsia, estivessem mais estabelecidas a jusante de um sistema de rios com um fluxo que variava anualmente, mas era relativamente constante comparado a grande parte das terras circundantes. 

Quando dou palestras sobre as harmonias discordantes da natureza e sobre minhas opiniões mutantes sobre o aquecimento global, uma resposta comum é “Por que se importar em apontar isso? Todo mundo acredita no aquecimento global, e fazer alguma coisa sobre isso não estraga nada e só pode trazer benefícios”.

Em nosso mundo real, a opção por uma ação significa que outras ações não serão tomadas. Estamos bem conscientes, nesses dias de limites mundiais de capital e financiamento que devemos escolher cuidadosamente o que fazer. Esse é o problema.

Falta aos debates sobre o aquecimento global situá-lo dentro do conjunto de grandes problemas ambientais e estabelecer prioridades com base no que pode ser feito, no que precisa de ações mais imediatas, e no que é mais importante.

Além dos possíveis efeitos sobre o clima, atividade humana está reduzindo a diversidade biológica geral através de atitudes que incluem (não em ordem de prioridade) a destruição de habitat; a super-exploração de recursos renováveis vivos; a poluição química; a remoção de água do subsolo; a depleção de recursos minerais necessários à vida, especialmente fontes de fosfato; e a introdução de espécies exóticas que prejudicam outras espécies e são indesejáveis de nosso ponto de vista, e simplesmente fazem com que outras espécies fiquem ameaçadas de extinção.

Esses são problemas do tipo “aqui, agora”. Além disso, às vezes ações que supostamente ajudarão a mitigar ou a reduzir o aquecimento global criam ou pioram outros problemas ambientais.

Por exemplo, na Indonésia, 44 milhões de acres (18 milhões de hectares) de florestas tropicais foram cortados para plantar palmeiras para produzir óleo de palma que será usado como biocombustível. Isso é justificado como sendo bom para o ambiente porque deve reduzir emissões de gases estufa e, portanto, deve reduzir a taxa de aquecimento global. Mas essa destruição de habitat põe orangotangos e tigres da Sumatra, já ameaçados de extinção, ainda maisem perigo.

Enquanto poucas, se é que alguma, organizações ambientais serão enganadas pela alegação de que isso será benéfico para o ambiente, a União Europeia e o governo da Malásia estão considerando o que fazer com o biocombustível dessas plantações, levando a sério a possibilidade de que usar esse combustível em carros e caminhões na Europa contrabalanceará parte da produção de gás estufa desses veículos e que por isso é justificada e, em geral, ambientalmente segura.

Isolar o aquecimento global de outros problemas ambientais é uma abordagem que privilegia um fator, o que tem sido muito comum nas decisões de política ambiental.

A Clean Water America Alliance, por exemplo, lembra que o uso de recursos hídricos requer energia considerável, mas o uso de água e de energia são tratados como problemas separados na maior parte das análises de políticas ambientais.

Como o aquecimento global recebe tanta atenção e tanto financiamento, abordar um único fator é um aspecto particularmente importante da análise política desse problema.

Em muitos casos, ações que ajudam a resolver outro problema ambiental também podem ser benéficas para reduzir efeitos indesejáveis da mudança climática.

Discuto em Powering the Future: A Scientist’s Guide to Energy Independence (Energizando o Futuro: O guia de um cientista para a independência energética, literalmente), por exemplo, que o abandono de combustíveis fósseis em direção à energia solar e eólica reduz a contribuição humana de gases estufa para a atmosfera enquanto também reduz a destruição de habitat (da mineração de combustíveis fósseis) e a poluição do ar, da água, e dos oceanos (da mineração, processamento e queima desses combustíveis), beneficiando a biodiversidade e a saúde e bem-estar humanos.

O mesmo pode ser dito de um afastamento de usinas nucleares baseadas em fissão, cujas substâncias tóxicas duram até milhões de anos (o governo dos Estados Unidos está procurando um sinal de alerta que mantenha as pessoas longe de depósitos de resíduos nucleares por 10 mil anos).

A politização e as crenças movidas por ideologias sobre o aquecimento global dos dois lados do problema evitam um exame ponderado e racional de onde ações para mitigar o aquecimento global poderiam se encaixar em um conjunto de prioridades.

De fato, simplesmente alegar que essa priorização é possível já leva a uma mudança em pontos de vista e provavelmente frustrará muitos que acreditam que o aquecimento global já é uma realidade presente e futura com efeitos desastrosos.

Precisamos ser capazes de colocar a discussão em um contexto racional. Entre outros aspectos desse contexto, nós precisamos, como escreveu Thomas Friedman em 14 de setembro de 2011 no New York Times, “começar a dar passos, como incitam nossos cientistas, ‘para controlar o inevitável e evitar o incontrolável”. Não apenas na mudança climática, mas para estabelecer uma abordagem integrada e multifatorial para nossos maiores problemas ambientais.

Excerto de The Moon in the Nautilus Shell: Discordant Harmonies Reconsidered, por Daniel B. Botkin. Oxford University Press, 2012. Copyright © 2012. Reimpresso com permissão. 
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