Os
critérios utilizados para calcular o IDH são:
- Grau de escolaridade: média de anos de
estudo da população adulta e expectativa de vida escolar, ou tempo que uma
criança ficará matriculada.
- Renda: Renda Nacional Bruta (RNB) per
capita, baseada na paridade de poder de compra dos habitantes. Esse item tinha
por base o PIB (Produto Interno Bruto) per capita, no entanto, a partir de
2010, ele foi substituído pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, que
avalia praticamente os mesmos aspectos que o PIB, no entanto, a RNB também
considera os recursos financeiros oriundos do exterior.
- Nível de saúde: baseia-se na
expectativa de vida da população; reflete as condições de saúde e dos serviços
de saneamento ambiental.
A partir do relatório de 2000, o IDH combina três
dimensões:
O acesso ao
conhecimento: Anos Médios de Estudo e Anos Esperados de Escolaridade
O índice varia de zero até 1, sendo considerado:
Baixo, entre 0 e 0,499;
Médio, de 0,500 a 0,799;
Alto, quando maior ou
igual a 0,800.
O relatório do Desenvolvimento Humano 2011,
divulgado nesta quarta-feira (2) pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), classifica o Brasil na 84ª posição entre 187 países
avaliados pelo índice. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil em
2011 é de 0,718 na escala que vai de 0 a 1. O índice é usado como referência da
qualidade de vida e desenvolvimento sem se prender apenas em índices
econômicos. O país com mais alto IDH em 2011 é a Noruega, que alcançou a marca
de 0,943. Os cinco primeiros colocados do ranking são, pela ordem, Noruega,
Austrália, Holanda, Estados Unidos e Nova Zelândia. Segundo o PNUD, o pior IDH
entre os países avaliados é o da República Democrática do Congo, com índice
0,286. Os cinco últimos são Chade, Moçambique, Burundi, Níger e República
Democrática do Congo. A metodologia usada pelo Pnud para definir o IDH passou
por mudanças desde o relatório divulgado em novembro de 2010. O índice que se
baseia em dados como a expectativa de vida, a escolaridade, a expectativa de
escolaridade e a renda média mudou a fonte de alguns dos dados usados na
comparação. A expectativa é ter os mais recentes dados comparáveis entre os
diferentes países.
No ano passado, o Brasil aparecia classificado como
o 73º melhor IDH de 169 países, mas, segundo o Pnud, o país estaria em 85º em
2010, se fosse usada a nova metodologia. Desta forma, pode-se dizer que em 2011
o país ganhou uma posição no índice em relação ao ano anterior, ficando em 84º
lugar.
Desenvolvimento humano elevado
O PNUD
não soube indicar o que motivou a mudança de classificação do Brasil. Mas,
analisando os indicadores avaliados – expectativa de vida, anos médios de
escolaridade, anos esperados de escolaridade e renda nacional bruta per capita
– dois tiveram mudanças: expectativa de vida e renda nacional bruta. O Brasil
aparece entre os países considerados de “Desenvolvimento Humano Elevado”, a
segunda melhor categoria do ranking, que tem 47 países com “Desenvolvimento
Humano Muito Elevado” (acima de IDH 0,793), além de 47 de “Desenvolvimento
Humano Médio” (entre 0,522 e 0,698) e 46 de “Desenvolvimento Humano Baixo”
(abaixo de 0,510). De acordo com os dados usados no relatório, o rendimento
anual dos brasileiros é de US$ 10.162, e a expectativa de vida, de 73,5 anos. A
escolaridade é de 7,2 anos de estudo, e a expectativa de vida escolar é de 13,8
anos.
O cálculo de IDH alterou neste ano a fonte de
informação sobre renda dos países. O dado agora passou a ser alinhado ao
Relatório do Banco Mundial. O problema é que o dado dessa fonte é mais antigo
(de 2005) do que o usado no relatório IDH de 2010 (que era de 2008). Os números
foram ajustados e a comparação possível é que passamos de uma renda nacional
bruta per capita de US$ 9.812 , em 2010, para US$ 10.162 em 2011. No
material divulgado pelo PNUD é possível comparar as tendências do IDH de todos
os países por índice e por valor total desde 1980. O destaque no caso
brasileiro é para a renda, que aumentou 40% no período. No mesmo tempo, a
expectativa de vida aumentou em 11 anos; a média de anos de escolaridade
aumentou em 4,6 anos, mas o tempo esperado de escolaridade diminuiu.
Novos índices
Além do valor usado tradicionalmente para indicar o desenvolvimento humano de
cada país, o relatório deste ano apresenta novos índices: IDH Ajustado à
Desigualdade, Índice de Desigualdade de Gênero e Índice de Pobreza
Multidimensional. O IDH ajustado à desigualdade faz um retrato mais real do
desenvolvimento do país, ajustando às realidades de cada um deles. Com isso, o
IDH tradicional passa a ser visto como um desenvolvimento potencial. Levando a
desigualdade em conta, o Brasil perde, em 2011, 27,7% do seu IDH tradicional. O
componente renda (dentre renda, expectativa de vida e educação) é que mais
influi nesse percentual; No índice de desigualdade de gênero, o Brasil fica em
patamar intermediário quando comparado com os BRICS. O índice brasileiro é de
0,449. Rússia tem 0,338; China, 0,209; África do Sul, 0,490% e Índia, 0,617; Já
o Índice de Pobreza Multidimensional é uma forma nova, mais ampla, de verificar
quem vive com dificuldades. No lugar da referência do Banco Mundial, que
considera que está abaixo da linha de pobreza quem ganha menos de US$ 1,15 por
dia, o novo índice aponta privações em educação, saúde e padrão de vida.
Segundo o PNUD o índice pode não ser tão importante
para a situação do Brasil quanto para a de países da África, pois, no Brasil,
quem tem renda pode ter o acesso facilitado à qualidade de vida. Em alguns
países, porém, esse acesso não depende exclusivamente de recursos financeiros
(às vezes, o país tem infraestrutura precária demais, por exemplo). Essa nova
medida é uma forma interessante de avaliar as políticas de transferência de
renda e verificar se essas ações realmente estão mudando a vida da população
mais necessitada.
Obs.:
Em novembro de 2010, a ONU, utilizando os novos critérios de cálculo, divulgou
uma lista de IDH dos países. Porém, esse novo método ainda não foi aplicado
para o cálculo dos estados brasileiros. Nesse sentido, o ranking nacional segue
o modelo e dados divulgados em 2008 pelo PNUD: